terça-feira, 17 de junho de 2025

"O que Existe é o mesmo OvO de sempre chocando o mesmo novo."



Nos dias 28/04 e 29/04 na Escola de Arte Francisco Berlingieri Marino em Jaboticabal/SP rolou a primeira etapa do curso Desenho: das técnicas e teorias à ecologia ministrado por Evandro Nicolau e com suporte técnico de Emerson M(ArteZap) 


Evandro e Emerson num questionamento epistemológico.

A presença dessas duas figuras na escola de arte tem uma importância na história tanto do espaço quanto para a própria arte da cidade, pois os dois foram os cabeças do evento A Nova Produção Cultural de 1997 que ocorreu justamente no local e foi o passo inicial para o ciclo de bienais do município nos anos seguintes. 

Texto Manifesto do Evento

Algo que ocorre no município de Jaboticabal é uma ideia idílica de um passado glorioso, um mecanismo de identidade que ganha forma na história oficial da cidade. fico pensando como isso reflete no campo artístico, ficar sob a égide da Athenas Paulista/Cidade da Música etc sufoca o agora  e paralisa o artista que está vivendo sua época, pois não traça uma continuidade, não dá referências próximas, tudo parece distante, grandioso e inatingível. 



fazendo outra digressão
 sem ao menos terminar um raciocínio 
vou apresentar aqui
as qualidade ou arquétipos em que um artista é 
reconhecido ou encontrado em jaboticabal


O  doidin
geralmente a pessoa que optou por uma estética que está ligada ao moderno e contemporâneo, distanciando do classicismo, que é a estética vigente no senso comum que ganha a qualidade de Arte.

o naif
pessoa que trabalha no campo das artes populares e o reconhecimento vem por um termo que já carrega em si um estigma torpe,
 geralmente autodidata
e se vê preso a uma ideia caricatural e assistencialista.

A dondoca
pessoa de família tradicional que optou pelas artes e pode ter uma formação robusta, geralmente exerce o trabalho na forma de hobby dependendo da aceitação do oficio pela família.


apenas ressaltando que 
estou estigmatizando de propósito,
 para presentificar a sensação 
que a cidade gera e a situação em que coloca o artista.



as características principais que perpassa por todos são o estigma e a marginalidade, se não econômica, social.

A pessoa que busca uma mínima estabilidade ou dignidade pra poder trabalhar na área vai embora.

Precisei fazer essas reflexões digressivas pra chegar onde quero, a minha recente relação com as figuras que trouxe no início. 

Evandro e Emerson

acredito que o primeiro momento em que ouço falar em Evandro Nicolau foi referente a um show de canções que ele iria apresentar na Casa Amarela. Infelizmente chego na ultima música, mas já me interesso pois aquele jovem senhor empunhando um violão de harmonias singelas, letras minimalistas circulares me remeteram a Walter Franco, além de, se eu não me engano, uma exibição de imagens experimentais no telão que evocava uma onda de arte integrada que eu já estava curtindo. 

Vinicius e Evandro na casa amarela amar ela la

 me recordo de ter comentado sobre o Walter franco e trocarmos um pouco essa ideia dos malditos. desde então já participei de um curso virtual de desenho e paisagem que estava dentro das atividades da Bienal Virtual de Jaboticabal ministrado pelo Evandro, acompanhei suas entrevistas na mesma bienal e venho mantendo contato frequentemente.

Emerson

Vinicius 
na amplifica bienal


já a figura 
do Emerson  

 ñ poderia ter aparecido 

que não de maneira 

codificada.


na pandemia surgiu uma iniciativa chamada fruta preta, com envolvimento de evandro e ale, junto disso vem um perfil chamado Artezap que gerava um caleidoscópio artístico de imagens distorcidas, prints de telas, sobreposições e interferências de sinais. nesse primeiro momento não identifico, muito menos codifico, oq é isso, arte? alguma obsessão de meta dados, um exercício de estatística ou analise combinatória????

era justamente oq o nome anuncia: Artezap. 

nesse tempo topei algumas lives que tinha o emersonM ou Monsteranarq falando noticias, fui topando com os conteúdos do Emerson por ai, sempre bastante miraculoso e enigmático. 

acho que fui conhece-lo pessoalmente ano passado na apresentação do seu saci voador, nosso grupo que toca música popular. nesse dia o Emerson estava fazendo uma live, transmitindo no youtube pelo celular, tirando prints da tela enquanto gravava, eu vi in loco o processo insano de Artezap. 


Seu saci voardor Vini, Bruno, Kainã e Dé Assis print da live por emersonM



agora vou pessoalizar e tentar linkar as digressões. trouxe isso tudo pra exemplificar como é preciso que tenhamos exemplos de perto, identificação com os pares. por algum tempo, sob uma ótica ingênua e descontextualizada, pensava que não encontraria no meu espaço geográfico estética e conceito que confluíssem com as minhas proposições, mas a culpa não era apenas minha de jovem artista egocêntrico megalômano, a dinâmica da cidade faz com que acreditemos nisso, a história oficial, o passado idílico, a athenas paulista, a cidade da música faz com que acreditemos nisso. e isso não é um ataque ao passado, alias muito pelo contrário. como diria tom zé "quero sambar também, mas eu não quero andar na fossa cultivando tradição embalsamada" Nossas ruínas são maravilhosas.  

      

nesse meio tempo vamos mantendo contato, participei do curso que teve a segunda etapa finalizada dias 02 e 03 de junho. tenho trabalhado no restauro de um material da banda Mbayanago, pensando projetos de lives poéticas e outras ideias de memória, arte história...


 queria ter falado da ubqub, mas n sei muito como explicar então convido Evandro e Emerson e quem mais quiser a comentar sobre a iniciativa nos comentários.

   








 










"O que Existe é o mesmo OvO de sempre chocando o mesmo novo."

Nos dias 28/04 e 29/04 na Escola de Arte Francisco Berlingieri Marino em  Jaboticabal/SP rolou a primeira etapa do curso  Desenho: das técni...